Apresentação

Nossa História é Assim... (contada em pedacinhos) é fruto da espontaneidade, da imaginação, dos sonhos e das habilidades das crianças da Escola Municipal Diácono Abel Gueiros.

Uma vez por semana cada turma, dividida em dois grupos, vai à sala de leitura. Lá, os alunos entram em contato com esse universo. Experimentam as diversas possibilidades da leitura: textos, imagens, sons, gestos, entre outras expressões.

O mediador de leitura tem um objetivo: formar novos leitores. O livro e o DVD animado Nossa História é Assim... (contada em pedacinhos) surgiram do desejo de transformar as crianças não apenas em leitoras, mas em escritoras também. Dar mais um passo. Criar e não apenas repetir.

Sim, mas como foi isso? Cada grupo, reunido com o mediador, pensou um título para a história. Depois o mediador ficou em um lugarzinho mais afastado da sala e chamou de um por um, com um desafio: continue a história. Enquanto cada um ia dizendo os nomes dos personagens, os lugares, como foi que aconteceu, entre outros detalhes, o mediador anotava cada sugestão. No final, reuniu todos e contou como ficou. A brincadeira aconteceu com todos os grupos, com exceção do grupo V, os mascotes, que teve como desafio ilustrar uma música para o clipe do DVD animado.

E por falar em ilustrar, cada grupo também precisou ilustrar sua história. Depois, escolher bons leitores para gravar a voz e montar um clipe animado. Por fim, realizar um concurso das histórias, com direito ao lançamento do livro e do DVD animado para que cada um pudesse ter em mãos o fruto da sua criação.

Claro, é importante destacar que as histórias surgiram da oralidade, ou seja, da fala, e o mediador utilizou a grafia, ou seja, a escrita, para dar corpo ao texto. Mas que fique bem claro aqui: a essência, o espírito do texto nasceu na cabecinha de cada aluno. Nossa História é Assim... (contada em pedacinhos) é um projeto que pode parecer ousado, formar novos escritores, que seja! Deixar de sonhar? Jamais!

Darton Charles

Para esse projeto acontecer contamos com o APOIO dos amigos:

Jeymison dos Anjos

Janine Henriques

Marcos Vinícius

Glauber Falcão

Wilba Pinto

Tiago Rocha Costa

Daniel Gadelha

Elke Saldanha

Rogério Ferreira

Catarina Rocha

Felipe Luiz Paulo

Marcelo Ferreira

Wendel Simplício

Henrique Andrade


Escola Municipal Diácono Abel Gueiros

Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores

Um Feriado Gripado

Felipe era um menino muito bom e feliz. Um dia de feriado acordou tossindo. Sua mãe, dona Patrícia, ficou preocupada e levou o filho na emergência de um hospital perto de sua casa.

O doutor Jurubeba atendeu o menino e disse que ele teria que tomar uma injeção e ficar o dia internado. Felipe ficou revoltado com a notícia e disse:

- Sai pra lá, isso é só uma tosse. Não vou ficar nesse hospital. Meu pai prometeu que iria me levar para passear no parque hoje. Não quero ficar! Não quero e pronto!

O doutor Jurubeba respondeu:

- Você tem que se cuidar, menino, para não piorar.

Felipe tomou a injeção fazendo muita careta, mas não quis ficar no hospital internado e começou a chorar para ir para casa.

Dona Patrícia, com pena, levou o menino. Assim que chegou, Felipe chamou o pai, seu Ricardo, para cumprir o que prometeu: passear no parque. Seu Ricardo perguntou:

- Você está bem mesmo?

Felipe respondeu:

- Estou sim, papai. É só uma tosse besta. Vamos!

Assim que chegou no parque foi logo brincar. Seu Ricardo ficou lendo o jornal, sentado em um banco. De repente, percebe seu filho desmaiado no chão. Corre desesperado e o leva imediatamente para o hospital de novo.

O doutor Jurubeba recebeu o menino e o colocou numa maca. Depois que tomou o remédio, Felipe acordou.

O doutor Jurubeba disse:

- Se ele demorasse a chegar aqui teria morrido. Agora já não corre mais risco. Graças a Deus! É importante saber que nem todas as vontades das crianças devem ser atendidas. Para o próprio bem delas. É bom ele passar a noite aqui em observação.

Os pais de Felipe ficaram a noite toda junto do filho. De manhã, foram os três para casa aliviados e felizes.

AUTORES: Alunos do 2º ano (primeiro ciclo) – Grupo A

Arroz com Galinha

Chiquinho era um menino muito quieto. Era um bom menino, mas que só comia porcaria.

No café da manhã, comia: pipoca, confeito, biscoito.

No almoço, comia: cachorro quente, hamburguer, refrigerante, pirulito, chiclete.

No Jantar, comia: pizza, bolo, salgadinho, refrigerante.

Todos os dias, o dia todo, sempre comia comidas pouco nutritivas

Certa noite foi dormir e acordou passando mal. Teve uma baita dor de barriga e passou horas no banheiro. Uma vida de rei, sentado no trono.

Sua mãe, dona Magali, levou Chiquinho no médico e depois deu uma bronca nele:

- Menino, você só come essas porcarias. Eu e seu pai passamos o dia no trabalho e não temos como saber o que você anda comendo. Vou preparar arroz com galinha para você comer.

Depois desse dia Chiquinho só comia arroz com galinha com medo de passar mal de novo.

No café da manhã, comia: arroz com galinha.

No almoço, comia: arroz com galinha.

No jantar, comia: arroz com galinha.

Todos os dias, o dia todo, comia: arroz com galinha.

Certa noite foi dormir e acordou passando mal. Teve uma baita dor de barriga e passou horas no banheiro. Uma vida de rei, sentado no trono.

Dona Magali levou seu filho no médico mais uma vez.

MORAL DA HISTÓRIA: TUDO DEMAIS FAZ MAL!

AUTORES: Alunos do 2º ano (primeiro ciclo) – Grupo B

Cuidado com o que Fala

Gabriel estava brincando e quebrou, sem querer, um jarro muito caro que sua mãe tinha comprado. Quando sua mãe, dona Selma, chegou, ele inventou uma mentira. Estava com medo de apanhar. Disse que foi o seu cachorro Tof.

- Mãe, foi Tof que passou correndo e derrubou seu jarro.

Dona Selma, com raiva do cachorro, resolveu jogar Tof na rua.

- Não quero mais esse cachorro aqui em casa. Vai agora mesmo morar na rua.

Tof ficou poucos dias na rua porque logo logo a carrocinha levou o pobre cão para ser morto. Gabriel soube por um colega que o cachorro foi levado pela carrocinha e que estava para morrer.

- Eu vi quando levaram Tof. Dois homens botaram dentro do carro. Ele vai morrer.

Gabriel não parava de pensar em Tof e na história que tinha inventado. Correu até o lugar onde os cachorros ficavam presos e conversou com o responsável pela carrocinha.

- Deixe eu levar Tof, ele é meu.

O responsável pela carrocinha disse:

- Só posso soltar esse cachorro se sua mãe vier aqui. Se nenhum adulto vier, ele vai morrer.

Gabriel chegou em casa chorando e disse para a mãe que tudo era mentira e que Tof não tinha culpa. Contou também que Tof tinha sido levado pela carrocinha e que iriam matá-lo.

Dona Selma deu uma bronca no filho e foi correndo tentar salvar Tof.

Quando dona Selma chegou, o responsável pela carrocinha disse que ela deveria ter ido mais cedo. O cão já estava morto.

Dona Selma chegou em casa e chamou Gabriel para conversar. Ela começou a chorar e disse o que aconteceu.

- Meu filho, não deu para chegar a tempo. Tof morreu. Está vendo o que uma mentira foi capaz de fazer? Eu sei que também errei porque não perdoei Tof. A partir de agora tenha mais CUIDADO COM O QUE FALA.

Os dois se abraçaram.

AUTORES: Alunos do 3º ano (primeiro ciclo) – Grupo A

Quero Casar com Você

Mateus e Débora eram grandes amigos e se conheceram na escola quando eram bem pequenos. Mateus sempre sentiu um carinho muito especial por Débora, mas nunca teve coragem de falar. Ele era muito tímido.

O tempo passava, ele crescia e o amor que ele sentia por Débora também crescia. Mesmo assim não tinha coragem de contar.

Um dia, apareceu uma novata na escola, Jenifer, que pediu ele em namoro. Mateus, mesmo gostando de Débora, acabou aceitando o pedido de Jenifer.

Débora soube do namoro e ficou triste. No fundo, ela gostava de Mateus, mas também não tinha coragem de falar.

Pegou uma folha de caderno e começou a escrever uma carta para Mateus dizendo que existia uma menina na escola que gosta dele há muitos anos.

- Que pena que você está namorando! Mas quero dizer que alguém te ama há muito tempo. Assinado: admiradora secreta.

Débora, sem que ninguém visse, colocou a carta embaixo da porta da casa de Mateus.

De manhã, quando ele se levantou, viu o envelope. Abriu e leu a carta. Quando terminou de ler, ficou surpreso. Um detalhe fez com que ele descobrisse quem escreveu a carta. Como Débora era sua amiga de infância, conhecia bem a letra dela. Seu coração pulou de alegria.

Foi na casa de Jenifer e terminou o namoro. Depois saiu correndo para casa de Débora. Bateu na porta. A porta se abriu, Débora estava na sua frente. Ele fica calado por alguns segundos e diz:

- QUERO CASAR COM VOCÊ. Você aceita?

Ela balança a cabeça dizendo que sim e os dois se beijam.

AUTORES: Alunos do 3º ano (primeiro ciclo) – Grupo B

Dentinho e Pitulina

O casal de namorados mais românticos do bairro era Dentinho e Pitulina. Cabeção era um menino invejoso que queria acabar com o namoro dos dois. Ele era apaixonado por Pitulina também.

Certo dia, Dentinho tinha combinado um encontro com Pitulina na lanchonete, mas Cabeção preparou uma armadilha.

- Dentinho não perde por esperar. Vou acabar com o namoro dele.

Cabeção amarrou uma corda numa árvore para que o pé de Dentinho ficasse preso e não chegasse a tempo no encontro.

Dentinho passeava bem tranquilo quando, de repente, foi capturado pela armadilha. Começou a gritar desesperado por socorro, tentando se soltar.

Na mesma hora, Cabeção foi encontrar a menina. Quando chegou, percebeu Pitulina olhando o relógio e comentou:

- Eu encontrei Dentinho na frente da casa dele jogando bola. Ele disse que não ia sair hoje porque adora futebol. Se você quiser, posso lanchar com você.

Pitulina ficou triste, mas aceitou a proposta de lanchar com Cabeção.

Depois de muito esforço, Dentinho conseguiu se soltar. Saiu correndo para encontrar Pitulina.

Quando chegou, viu os dois, Cabeção e sua namorada, lanchando juntos. Ficou parado observando. Até que percebeu Cabeção indo ao banheiro. Ele foi até a mesa e contou para Pitulina o que aconteceu:

- Cabeção preparou uma armadilha na hora que vinha para cá. Fui capturado, mas consegui me soltar. Vamos pegá-lo?

Pitulina concordou. Dentinho foi embora antes que Cabeção voltasse do banheiro.

Cabeção sentou e começou a conversar com Pitulina dizendo que gostava dela e que era um bom menino.

- Você deveria acabar o namoro com Dentinho, ele é um falso.

Pitulina respondeu:

- Vou terminar o namoro com Dentinho hoje mesmo, mas só posso te dar uma resposta mais tarde, no banco da praça. Tá certo?

Cabeção ficou feliz da vida.

HORAS DEPOIS

Cabeção estava lá, sentando no banco da praça, quando Pitulina se aproximou com uma caixa não mão.

Cabeção perguntou:

- O que é isso, Pitulina? É um presente para mim?

Ela respondeu:

- Sim, como adivinhou? Agora antes de entregar o presente quero que você feche os olhos porque quero lhe dar um beijo. Não abra até eu acabar de beijar você. Certo?

Ele balançou a cabeça dizendo que sim e fechou os olhos. Pitulina abriu a caixa e tirou um sapo de dentro da caixa e aproximou o sapo da boca do Cabeção. Ele deu um beijo apaixonado no sapo. Quando abriu o olho, tomou um susto e saiu correndo com medo e nojo do sapo.

Dentinho apareceu atrás do banco e os dois começaram a rir.

AUTORES: Alunos do 3º ano (primeiro ciclo) – Grupo A

Floresta do Mal

Certo dia, um cientista Maluco foi fazer uma experiência na floresta. Chegando lá, viu que tinha uma placa dizendo:

PROIBIDO ENTRAR NA FLORESTA DO MAL!

Ele não respeitou a placa e entrou. Parecia bem tranquilo até que sentiu que estava sendo capturado por uma planta carnívora gigante. Ele desesperado começou a gritar e tentar se soltar.

A esposa do Cientista Maluco, Zefinha das Jóias, sentiu falta do marido e foi procurá-lo. Ela sabia que seu marido há muito tempo queria entrar naquela floresta.

Assim que chegou na entrada da floresta, Zefinha das Jóias viu a placa (PROIBIDO ENTRAR NA FLORESTA DO MAL) e um rastro do marido: os óculos que ele deixou cair sem perceber.

Quando Zefinha entrou na Floresta do Mal, encontrou seu marido lutando contra a planta carnívora gigante. Ele conseguiu se soltar, mas na mesma hora a Planta Carnívora atacou Zefinha das Jóias. Ela começou a gritar:

- Socorro, socorro! Por favor, me ajude!

O seu marido sabia que na floresta existia uma formiga venenosa. Quem comesse morria.

Desesperado, foi procurar uma dessas formigas. Encontrou uma bem perto do local onde estava. Pegou com muito cuidado para não ser picado.

Zefinha das Jóias estava fraca de tanto lutar para se libertar das garras da planta carnívora quando o Cientista Maluco chegou com a formiga venenosa.

Colocou a formiga venenosa na boca da planta carnívora que começou a perder a força. Zefinha das Jóias finalmente estava livre e a planta carnívora morreu minutos depois.

Os dois voltaram para casa completamente sujos. Prometeram que nunca mais voltariam àquela Floresta do Mal.

AUTORES: Alunos do 3º ano (primeiro ciclo) – Grupo B